Apatia na demência

A apatia é um sintoma comum na demência, sendo o mais prevalente na doença de Alzheimer. Ela se caracteriza pela perda de interesse e motivação nas atividades cotidianas, incluindo hobbies, relacionamentos sociais e até mesmo cuidados pessoais.

As pessoas com apatia na demência podem apresentar os seguintes sintomas:

  • Falta de interesse em atividades que antes eram prazerosas
  • Retração social
  • Falta de expressão emocional
  • Falta de iniciativa
  • Diminuição da participação em atividades da vida diária
Figura 1. Representação de um idoso com apatia. Observe a falta de expressão emocional, a falta de iniciativa e de engajamento em atividades. Fonte: Gerado com IA ∙ 29 de janeiro de 2024 às 8:12 PM

A apatia pode ter um impacto negativo na qualidade de vida do paciente e de seus cuidadores. Ela pode levar à depressão, isolamento social e perda de autonomia.

As causas da apatia na demência ainda não são totalmente conhecidas, mas acredita-se que sejam relacionadas a alterações nas áreas do cérebro responsáveis pela motivação e pela emoção.

A apatia na demência pode ser frequentemente confundida com depressão. Ambos os distúrbios envolvem perda de interesse e motivação, mas existem algumas diferenças importantes entre eles.

A principal diferença entre apatia e depressão é que a apatia não é acompanhada de sentimentos de tristeza, culpa ou desesperança. Além disso, a apatia é geralmente causada por danos a áreas do cérebro responsáveis pela motivação e pela emoção, enquanto a depressão pode ser causada por uma variedade de fatores.

Figura 2. A apatia na demência pode ser frequentemente confundida com depressão. Ambos os distúrbios envolvem perda de interesse e motivação. Fonte: Gerado com IA ∙ 29 de janeiro de 2024 às 8:12 PM

Não existe um tratamento específico para a apatia na demência, mas existem algumas estratégias que podem ajudar a melhorar os sintomas, como:

  • Manter o paciente ativo e estimulado: Atividades físicas, sociais e cognitivas podem ajudar a manter o interesse e a motivação do paciente.
  • Estabelecer rotinas e horários: Rotinas e horários regulares podem ajudar o paciente a se sentir mais organizado e menos perdido.
  • Envolver os cuidadores: Os cuidadores podem ajudar a motivar o paciente e a fornecer apoio emocional.
Figura 3. Gerado com IA ∙ 29 de janeiro de 2024 às 8:18 PM

Aqui estão algumas dicas para ajudar a motivar um paciente com apatia na demência:

  • Faça com que as atividades sejam simples e fáceis de entender.
  • Quebre as tarefas grandes em tarefas menores.
  • Dê ao paciente tempo para se preparar para as atividades.
  • Faça as atividades em um ambiente agradável e tranquilo.
  • Elogie o paciente por seus esforços.

É importante lembrar que cada paciente é diferente e o que funciona para uma pessoa pode não funcionar para outra. É importante ser paciente e perseverante.

Se você notar que um familiar ou amigo com demência está apresentando sintomas de apatia, é importante procurar ajuda médica. Um médico especialista poderá avaliar o paciente, ajudar a distinguir entre a apatia ou depressão e orientar sobre a abordagem mais adequada.

Cinco informações que você precisa saber sobre a Eletroconvulsoterapia

1. “Eletroconvulsoterapia” é diferente de “eletrochoque”.

Em meio à polêmica sobre a nota técnica do Ministério da Saúde e ao barulho que a nota sobre a Saúde Mental causou nas mídias sociais, o importante é procurar informações corretas e permitir quebrar o preconceito a respeito da eletroconvulsoterapia (ECT, antigamente conhecida como eletrochoque). Muitas pessoas ficam surpresas quando descobrem que ainda se faz ECT na atualidade, pois acreditam que se trata de uma forma ultrapassada de prática médica ou associam a ECT com cadeira elétrica, tortura e punição. Na verdade, a ECT é hoje um procedimento humano e tecnicamente bem pesquisado, altamente eficaz e seguro para o tratamento de transtornos mentais. Quando bem indicado, pode salvar a vida de uma pessoa (alguém com idéias de suicídio ou que não esteja se alimentando, por exemplo) ou reduzir o número e o tempo de internações psiquiátricas.

2. As barreiras políticas à eletroconvulsoterapia prejudicam principalmente a parcela mais carente da população

Infelizmente, esse procedimento é muito caro e seu acesso é restrito, o que dificulta seu acesso pela população carente. Quem tem dinheiro, consegue fazer esse procedimento, sem maiores dificuldades, em clinicas particulares, onde a ECT chega a receber nome de “sonoterapia”, para quebrar o estigma. Já, quem trata pelo SUS, enfrenta uma dificuldade enorme de acesso à ECT, dadas às barreiras que foram impostas (e que foram importantes em seu devido tempo, quando esse procedimento chegou a ser usado de modo indevido). Quem trabalha com psiquiatria no sistema público sabe o quanto é difícil conseguir o acesso ao ECT para pacientes com indicação clara para a realização desse procedimento. Pacientes com planos de saúde também enfrentam enormes dificuldades para realizar o procedimento. É, no mínimo injusto que apenas quem tenha dinheiro para arcar consiga acesso ao procedimento que pode salvar vidas e acelerar a recuperação de pacientes graves (inclusive, reduzindo o número e o tempo de internações). Ou proíbe-se para todos, ou leva-se o acesso para todos, pois a saúde é um direito de todos e dever do Estado. Nosso papel, como sociedade, pacientes e profissionais de saúde mental é garantir a correta aplicação desse método, para permitir os benefícios e impedir abusos ou o uso inadequado desse método.

3. O paciente tem o poder de decidir se vai ou não fazer a eletroconvulsoterapia.

Atualmente, o paciente tem que ser devidamente informado sobre os benefícios ou quaisquer riscos do procedimento e autorizar por escrito antes de iniciar as sessões da ECT. Os aparelhos utilizados para a ECT são muito desenvolvidos, permitindo que se dê uma carga de energia adequada para cada paciente. O procedimento é feito sob sedação e com bloqueio muscular (que impede os abalos musculares e aquelas cenas que nos impressionavam, nos filmes de antigamente). A sensação que os pacientes costumam descrever é de que dormem e acordam algo melhor. 

4. A eletroconvulsoterapia é mais segura que diversos medicamentos.

Apesar de ser um tratamento muito seguro, a ECT tem dois principais efeitos colaterais: Dor de cabeça (que costuma melhorar com analgésicos comuns do tipo dipirona ou aspirina); e alterações na memória (que, quando ocorre, é leve, na maioria das vezes, e geralmente é recuperada completamente no prazo máximo de 6 meses). Uma variação da técnica também pode ser útil para minimizar ainda mais os efeitos do tratamento para a memória do paciente: Pode-se realizar a aplicação unilateral direita (na qual os eletrodos são posicionados um na têmpora e o outro na região superior da cabeça) ou bifrontal, ao invés da aplicação bilateral. Assim, preserva-se o hipocampo esquerdo (principal região do cérebro envolvida com a formação de novas memórias).

5. A eletroconvulsoterapia pode salvar vidas.

A sua indicação, atualmente, é bastante criteriosa, principalmente pelo custo envolvido, limitando-se, principalmente à depressão, especialmente se for grave, ou resistente ao tratamento com remédios, ou nos casos em que haja um risco elevado de suicídio. A eficácia para este transtorno é muito alta (em torno de 90%), maior que a eficácia de medicações (em torno de 70%). Outras indicações para esse procedimento são pacientes idosos e sensíveis aos efeitos colaterais das medicações antidepressivas, catatonia (uma síndrome comum na esquizofrenia na qual a pessoa fica completamente parada, sem falar e sem se alimentar), transtornos mentais durante a gestação (depressões, psicoses) – a ECT é bastante segura na gravidez, tanto para a mãe quanto para o bebê, minimizando chance de mal formações, que o uso se medicamentos poderia trazer, especialmente no primeiro trimestre da gravidez. Pacientes com esquizofrenia ou transtorno bipolar em fase de mania também podem se beneficiar da ECT, especialmente quando o quadro é grave e/ou as medicações não trouxeram resultado satisfatório.

grayscale photography of patient and relative holding hands
Foto por rawpixel.com em Pexels.com

 

Transtorno Bipolar e hereditariedade

“Se meus pais são bipolares, qual a chance eu tenho, de ser bipolar também ?”

"O que significa ter um pai com transtorno bipolar?"
“O que significa ter um pai com transtorno bipolar?”

A história familiar positiva para o transtorno bipolar (TB) é um dos fatores de risco mais fortes e consistentes para o TB. O aumento do risco para o TB é de cerca de 10 vezes para parentes de indivíduos com esse transtorno. Ou seja, se o risco habitual de alguém desenvolver o transtorno bipolar for em torno de 1 em cada 100 indivíduos (esse número varia de acordo com estudos), esse risco aumentaria para 1 em cada 10, se houver histórico familiar. A magnitude do risco aumenta com o grau de parentesco (p. ex. gêmeos idênticos) ou caso ambos os pais apresentem esse diagnóstico. Apesar de a predisposição para esse transtorno ser, em grande parte, hereditária, diversos fatores ambientais são potencialmente relacionados com o desencadeamento e gravidade do transtorno em um indivíduo vulnerável (como o uso de álcool ou drogas, por exemplo).

Fonte: American Psychiatric Association. Diagnostic and statistical manual of mental diosders, 5th ed. Arlington VA, American Psychiatric Association, 2013.

Figura: http://www.healthline.com/hlcmsresource/images/topic_centers/bipolar/1200x628_FACEBOOK_How_to_Deal_with_a_Bipolar_Parent.jpg

+info: http://www.doctoralia.com.br/medico/braga+ladeira+rodolfo-12807437?_ga=1.60212587.73000779.1472740319

 

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