Dicas para controlar o peso

A relação entre a psiquiatria e o peso é complexa e envolve como os problemas de saúde mental podem afetar o peso de uma pessoa, assim como os efeitos do peso e da alimentação no bem-estar mental.

Diversos transtornos psiquiátricos podem afetar o peso corporal. Por exemplo, transtornos depressivos e de ansiedade frequentemente alteram o apetite, podendo levar à perda ou ao ganho de peso. Transtornos alimentares como anorexia nervosa e bulimia nervosa têm um impacto direto no peso e na relação do indivíduo com a comida.

O controle do peso é importante para a saúde geral, pois ajuda a prevenir doenças crônicas, como obesidade, diabetes, doenças cardíacas e alguns tipos de câncer.

O tratamento de transtornos psiquiátricos em pacientes com problemas de peso muitas vezes requer uma abordagem integrada. Isso pode incluir terapia nutricional, exercícios físicos e intervenções psicoterapêuticas, além do manejo farmacológico.

Para controlar o peso, é importante combinar uma alimentação saudável com a prática regular de atividade física.

Alimentação saudável

A alimentação saudável é fundamental para o controle do peso. É importante incluir na dieta alimentos ricos em nutrientes e com baixo teor de calorias.

Aqui estão algumas dicas para uma alimentação saudável:

  • Ingira frutas, verduras e legumes diariamente. Esses alimentos são ricos em vitaminas, minerais e fibras, que ajudam a saciar a fome e a manter o peso.
  • Escolha alimentos integrais em vez de refinados. Os alimentos integrais são ricos em fibras e nutrientes, e ajudam a controlar o açúcar no sangue e a promover a saciedade.
  • Reduza o consumo de alimentos processados e ultraprocessados. Esses alimentos são ricos em calorias, açúcar, gordura e sal, e podem contribuir para o ganho de peso.
  • Beba bastante água. A água ajuda a manter o corpo hidratado e a promover a saciedade.
  • Reduza a disponibilidade de alimentos engordativos. O hábito alimentar saudável começa no supermercado. Compre apenas alimentos saudáveis e pouco calóricos. Lembre-se de que se você comprar, você vai comer.

Atividade física

A prática regular de atividade física é outro fator importante para o controle do peso. A atividade física ajuda a queimar calorias e a manter a massa muscular.

A recomendação é que adultos pratiquem pelo menos 150 minutos de atividade física moderada ou 75 minutos de atividade física vigorosa por semana. Trinta minutos por cinco dias já é suficiente para atingir essa meta.

Aqui estão algumas dicas para praticar atividade física regularmente:

  • Escolha atividades que você goste e que se encaixem na sua rotina.
  • Comece aos poucos e aumente a intensidade e a duração da atividade gradualmente.
  • Procure um profissional de educação física para orientar a sua prática de atividade física.

Além da alimentação saudável e da prática regular de atividade física, existem outras dicas que podem ajudar a controlar o peso, como:

  • Durma bem. A falta de sono pode aumentar o apetite e dificultar o controle do peso.
  • Reduza o estresse. O estresse pode levar ao aumento do cortisol, um hormônio que estimula o apetite e o armazenamento de gordura.
  • Evite o consumo excessivo de bebidas alcoólicas. As bebidas alcoólicas são ricas em calorias e podem contribuir para o ganho de peso.

Se você está com dificuldade para controlar o peso, converse com o seu médico ou nutricionista. Eles poderão te ajudar a elaborar um plano personalizado para atingir seus objetivos.

Bibliografia:

  • Ministério da Saúde. Guia Alimentar para a População Brasileira. Brasília: Ministério da Saúde, 2014.
  • Ministério da Saúde. Guia de Atividade Física para a População Brasileira. Brasília: Ministério da Saúde, 2016.

Oito Dicas Para Parar de Fumar!

(Por Rodolfo Ladeira)

1. Marque Uma Data

Marque uma data, de preferência, dentro de duas semanas.

2. Exclua o Cigarro

Antes mesmo da data que você escolher para parar de fumar, você já pode iniciara algumas mudanças na rotina que poderão ajudar a aumentar seu sucesso. Vale a pena retirar os cigarros de casa, do carro e do local de trabalho. Passe a comprar quantidades menores de cigarro ou passe a comprar apenas cigarros picados a cada momento que decidir fumar.

3. Mude sua rotina

Até chegar a data que escolheu para parar de fumar, evite fumar em casa, no carro ou no local de trabalho. Evite fumar naqueles locais em que você tem o costume. Por exemplo: se tiver o costume de fumar em frente ao computador, passe a fumar na varanda; caso costume fumar no quarto, vá para fora de casa quando decidir fumar; caso costume fumar no carro, deixe para fumar fora do carro, após estacioná-lo. Ou seja: quebre a rotina dos lugares em que fuma.

4. Reveja as tentativas anteriores

Rever as tentativas anteriores de parar de fumar também é bastante útil. Quanto tempo você conseguiu? O que ajudou a parar? O que contribuiu para sua recaída? Tente valer-se das estratégias que funcionaram anteriormente.

5. Antecipe suas dificuldades e prepare-se para elas.

Pense em estratégias para lidar com as dificuldades que enfrentou em tentativas anteriores, bem como para evitar situações semelhantes às que levaram à sua recaída.

6. Evite situações propícias a recaída ou busque estratégias para lidar com elas

Recaídas do tabagismo ocorrem principalmente nas seguintes situações:

– emoções negativas, como ansiedade, tristeza, irritação e tédio;

– pressaão para trabalhar rápido;

– presença de outros fumantes;

– uso de álcool;

Lembre-se de que mesmo uma tragada eventual, o uso de álcool ou a presença de outros fumantes em casa ou em outros ambientes que você frequenta facilitam a recaída: Se possível, interrompa também o uso de álcool e estimule as outras pessoas a parar de fumar.

7. Persista

A maioria das pessoas que voltam a fumar em uma tentativa fazem isso por volta do terceiro ou quarto dia sem fumar. Isso ocorre porque os sintomas da abstinência da nicotina são mais intensos por volta do terceiro ou quarto dia (esse auge pode parecer insuportável, mas você pode conseguir). Esteja disposto(a) a passar por esses poucos dias de desconforto. Foque nos benefícios de parar de fumar. Depois disso, os sintomas de abstinência vão reduzir gradualmente a cada dia. O quinto dia será mais tranquilo que o quarto dia, a segunda semana vai ser mais tranquila que a primeira, e assim por diante.

8. Se for preciso, tente outra vez.

Caso você não consiga de primeira, é hora de reler todas essas dicas e refletir sobre o que pode ser feito de diferente em uma nova tentativa. Marque uma nova data. Você pode buscar ajuda para uma nova tentativa, com um profissional de saúde que tenha experiência no tratamento do tabagismo (geralmente um médico e/ou um psicólogo).

Existem algumas estratégias psicoterápicas para ajudar a parar de fumar, que podem dobrar as chances de sucesso. Para saber mais, converse com seu psicólogo.

Existem alguns medicamentos que podem aumentar em até três vezes a chance de parar de fumar: converse com seu médico para saber mais.

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Cigarro Eletrônico Causa Doença Pulmonar Denominada EVALI

Cigarro eletrônico causa doença pulmonar denominada EVALI

Substâncias presentes no vapor produzido pelo produto podem provocar lesões similares às da Covid-19


Imagem de raio X e tomografia computadorizada de paciente com lesões (setas brancas e pretas) provocadas pelo uso de cigarros eletrônicosSociedade de Radiologia da América do Norte
Os primeiros casos de uma lesão pulmonar aguda que acabaria associada ao consumo de cigarros eletrônicos começaram a aparecer nos Estados Unidos em abril de 2019. Foi uma surpresa para os médicos. Jovens na faixa de 20 anos, parte deles sem histórico prévio de problemas pulmonares, chegavam aos hospitais norte-americanos acometidos de falta de ar, tosse e dor no peito, muitas vezes associadas a dor abdominal, náusea, vômito, diarreia, fadiga, febre e perda de peso. Em meio a diferentes sintomas, um ponto em comum: todos eram usuários de vapes. Os sintomas haviam se desenvolvido ao longo das semanas anteriores e, em certos casos, em apenas alguns dias. Parte desses pacientes teve que ser transferida para Unidades de Terapia Intensiva; em agosto daquele ano, houve as primeiras mortes.
Os Centros de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos (CDC) começaram, então, a monitorar as ocorrências dessa nova doença, que foi denominada Evali (E-cigarette or Vaping product use-Associated Lung Injury). Por ora, apenas um grande surto de Evali foi verificado. De acordo com dados do CDC, entre o início de 2019 e 18 de fevereiro de 2020, 2.807 hospitalizações e 68 mortes nos 50 estados norte-americanos e territórios foram atribuídas à doença. Mais da metade dos óbitos ocorreu em pacientes obesos ou com algum problema prévio de saúde. Em fevereiro de 2020 o órgão parou de coletar dados dos estados devido à diminuição da incidência de casos e ao surgimento da pandemia de Covid-19. Os sintomas e lesões pulmonares da Evali são parecidos com os da Covid-19.
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No Reino Unido, outro grande mercado para os cigarros eletrônicos, houve, entre maio de 2016 e janeiro de 2021, três óbitos e 231 registros de reações adversas associadas ao uso desses dispositivos. As informações são de reportagem publicada no jornal britânico The Observer em agosto deste ano.
No Brasil, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) contabiliza sete casos de Evali. Para os médicos, esse número certamente não reflete a realidade, visto que a doença não é de notificação compulsória no país. Uma solicitação da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT) para que a Evali fosse de notificação obrigatória não foi atendida pela agência. “A Anvisa basicamente respondeu que a notificação não é compulsória tendo em vista que a Evali é doença que acomete usuários de um produto cuja comercialização é proibida”, relata o coordenador da Comissão Científica de Tabagismo da SBPT, o pneumologista Paulo Corrêa.
Não há um teste ou exame específico para detectar a Evali. O diagnóstico é feito por exclusão de outras doenças pulmonares e pela análise do histórico de uso de cigarros eletrônicos do paciente. Um caso suspeito da doença foi atendido pelo pneumologista Felipe Marques, do Hospital Beneficência Portuguesa de São Paulo. A ocorrência foi descrita em artigo publicado no Jornal Brasileiro de Pneumologia na edição de maio/junho de 2021.
Segundo Marques, a paciente era uma mulher de 48 anos com tosse persistente e fadiga. Ela tinha sido tratada com antibióticos, mas não melhorava. Foram feitos testes sorológicos e de RT-PCR para averiguar se a paciente tinha se infectado com o vírus Sars-CoV-2. Os resultados foram negativos. No entanto, quando foi submetida a uma tomografia computadorizada do tórax, a mulher tinha um quadro característico de pneumonia viral provocado pela Covid-19. “Ela apresentava aquele padrão de opacidade que chamamos de vidro fosco”, relata Marques.
Segundo o pneumologista, a paciente era ex-fumante há 21 anos, mas estava fazendo uso de cigarros eletrônicos durante todo o primeiro semestre de 2020. “Tratamos o quadro com anti-inflamatório e pedimos que ela não usasse mais os cigarros eletrônicos; ela começou a melhorar nos primeiros dias”, conta. Um mês depois, a tomografia mostrava uma recuperação quase completa das lesões.
As causas de quadros agudos relacionados ao consumo de vapes, como esse tratado no Brasil, ainda estão sendo estudadas. Mas um artigo científico publicado no periódico The New England Journal of Medicine em fevereiro de 2020 trouxe uma pista importante: a presença de acetato de vitamina E nos fluidos pulmonares de 48 pacientes em uma amostra total de 51 indivíduos diagnosticados com Evali. Em um grupo de controle, composto de 99 pessoas saudáveis, incluindo 18 fumantes de cigarros eletrônicos, a substância não foi encontrada. O trabalho foi coordenado por pesquisadores do CDC.
O acetato de vitamina E é uma substância viscosa utilizada como aditivo de cigarros eletrônicos, em especial os que contêm o canabinoide THC, derivado de plantas do gênero Cannabis. Sua presença também pode ser encontrada em suplementos vitamínicos e em produtos dermatológicos.
“A hipótese de que o acetato de vitamina E causa a doença ainda precisa ser validada”, comenta Marques. “Há muitos outros componentes dos cigarros eletrônicos que podem ser perniciosos quando inalados.”
Outra substância nociva identificada em líquidos de cigarros eletrônicos é o aromatizante diacetil. Ele também está relacionado a uma doença pulmonar aguda: a bronquiolite obliterante. Também conhecida como “pulmão de pipoca”, a bronquiolite obliterante foi documentada em trabalhadores de uma empresa que fabricava pipoca de micro-ondas. Um estudo publicado em 2019 no Canadian Medical Association Journal identificou essa doença em um jovem de 17 anos, fumante de vape. Antes, em 2015, um trabalho que saiu publicado na revista norte-americana Chest Infections já havia diagnosticado a bronquiolite obliterante em usuário de cigarros eletrônicos de 60 anos de idade.
Artigo científico
MEDEIROS, A. K. et al. Diagnóstico diferencial entre lesão pulmonar associada ao uso de cigarro eletrônico e pneumonia por Covid-19. Jornal Brasileiro de Pneumologia. v. 47, n. 3.  2021.
BLOUNT, B. C. et al.  Vitamin E acetate in bronchoalveolar-lavage fluid associated with Evali. New England Journal of Medicine. 20 fev. 2020.
LANDMAN, S. T. et al. Life-threatening bronchiolitis related to electronic cigarette use in a Canadian youth. Canadian Medical Association Journal. 20 nov. 2019.
ATKINS, G. et al. Acute inhalational lung injury related to the use of electronic nicotine delivery system (Ends). Chest Infections. v. 148, n. 4. 1° out. 2015.

Este texto foi originalmente publicado por Pesquisa FAPESP de acordo com a licença Creative Commons CC-BY-NC-ND. Leia o original aqui.

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